Endocrinologia e Metabolismo
Especialidade médica responsável pela prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças do sistema endócrino (conjunto de glândulas que produzem hormônios).
A Dra Eveline Predebon Morsch dedica-se especialmente ao atendimento de pacientes com doenças da glândula tireoide.
A tireoide é uma glândula localizada na parte anterior do pescoço, responsável pela produção, armazenamento e liberação dos hormônios T4 e T3. É regulada pelo TSH, produzido pela hipófise, glândula localizada no cérebro. Esses hormônios regulam a função de diversos outros órgãos, contribuindo para o equilíbrio do organismo e o controle do metabolismo.
Disfunções da tireoide podem ocorrer em qualquer etapa da vida, podendo estar relacionadas a diminuição ou aumento na produção hormonal (hipotireoidismo e hipertireoidismo) ou a nódulos de tireoide, que podem ser benignos ou malignos.
Entrevistas para Rádio e TV com Dra Eveline Predebon Morsch sobre doenças da tireoide
Radio Pampa – Porto Alegre RS em 17.04.2018: http://www.cwaclipping.net/sistema/cliente/materia?security=be1f2703c602.5734137.9765022&rn=1
O diabetes é uma doença crônica caracterizada por elevação nos níveis de glicose (açúcar) no sangue. Não é curável, mas pode ser controlado com tratamento adequado.
Se não for corretamente tratado, pode levar a complicações como doenças cardíacas, problemas circulatórios, distúrbios neurológicos, alterações na visão incluindo cegueira, insuficiência renal, disfunção sexual, aumento na incidência e gravidade de infecções, dificuldade de cicatrização, piora na qualidade de vida.
Principais tipos:
– Diabetes tipo 1 (DM-1): Representa cerca de 5% dos casos de diabetes. Geralmente surge na infância ou na adolescência e caracteriza-se por incapacidade do pâncreas de produzir quantidades suficientes de insulina.
– Diabetes tipo 2 (DM-2): Responsável por 95% dos casos e costuma surgir na vida adulta, embora a incidência em adolescentes e crianças esteja aumentando em associação com obesidade e maus hábitos alimentares. O principal mecanismo deste tipo de diabetes é a resistência a insulina, ou seja, há produção de insulina mas a mesma não consegue funcionar adequadamente (geralmente por obesidade associada). Nos casos avançados, ocorre também produção insuficiente de insulina.
– Diabetes Gestacional (DMG): ocorre em cerca de 2-5% das gestações, sendo mais comum em gestantes obesas e com maior idade.
Principais sinais e sintomas:
Perda involuntária de peso, muita sede, aumento na diurese, aumento no apetite, visão borrada, formigamento nas mãos e nos pés, infecções frequentes, dificuldade na cicatrização, fraqueza.
Muito importante: esses sintomas costumam aparecer em casos avançados de DM-2, ou na apresentação inicial do DM-1. A maioria dos pacientes com DM-2 não apresenta sintomas ao diagnóstico, o que reforça a importância de avaliação médica de rotina para prevenção e detecção precoce da doença.
Tratamento:
Compreende o controle da glicemia, a avaliação de todos os órgãos potencialmente envolvidos e a prevenção e tratamento das complicações e doenças associadas.
Dieta balanceada, controle do peso e exercícios regulares são fundamentais.
Existem diversos medicamentos eficazes, possibilitando atingir níveis de glicose próximos ao normal e prevenindo as complicações.
Para DM-2 geralmente são usados medicamentos por via oral (comprimidos), isolados ou associados a insulina. No DM-1 utiliza-se sempre insulina. Mulheres com diabetes gestacional podem ser controladas somente com dieta ou necessitar de medicações durante a gravidez.
Mesmo quando a glicose está controlada, são necessárias avaliações periódicas para monitorar o tratamento e fazer possíveis ajustes terapêuticos.
Recomenda-se avaliação multidisciplinar para melhores resultados.
A obesidade é uma doença crônica cada vez mais prevalente, configurando um dos principais problemas de saúde pública no Brasil e no mundo.
O ganho de peso ocorre por uma combinação de fatores, como predisposição genética, consumo excessivo de calorias (alimentos em grandes quantidades ou com alto valor calórico) e sedentarismo. Menos comumente, algumas doenças e medicamentos também podem contribuir.
Pessoas obesas têm risco aumentado de desenvolver diversas doenças, como diabetes tipo 2, dislipidemia (aumento de colesterol e triglicerídeos), hipertensão arterial, problemas cardíacos, circulatórios, ortopédicos, pulmonares, hepáticos, renais, hormonais, infertilidade, além de vários tipos de câncer.
Obesos também apresentam redução na expectativa de vida (principalmente nos casos de obesidade mórbida), bem como na qualidade de vida.
Diagnóstico:
A maneira mais amplamente utilizada para o diagnóstico de obesidade é o cálculo do IMC (índice de massa corporal), dividindo-se o peso do paciente (em quilos) pelo quadrado de sua altura (em metros).
IMC < 18,5: baixo peso
IMC 18,5-24,9: peso saudável
IMC 25-29,9: sobrepeso
IMC 30-34,9: obesidade grau 1
IMC 35-39,9: obesidade grau 2
IMC >40: obesidade grau 3 (mórbida)
Sabe-se porém que o cálculo do IMC não é suficiente para a avaliação adequada da composição corporal. Algumas pessoas podem ter excesso de gordura corporal mesmo com um IMC normal, bem como pessoas com IMC um pouco elevado podem ter composição corporal saudável se tiverem massa muscular bem desenvolvida.
Uma avaliação médica e/ou nutricional ajuda a esclarecer se a composição corporal está saudável.
Tratamento:
Deve ser feito preferencialmente por equipe multidisciplinar: médico endocrinologista (avaliação de possíveis causas e consequências da obesidade, realização de exames e tratamento medicamentoso); nutricionista (avaliação e prescrição da dieta); educador físico; psicólogo ou psiquiatra (quando há componentes emocionais envolvidos); além de vários outros profissionais dependendo das manifestações apresentadas.
Dieta balanceada, exercícios físicos regulares e estilo de vida saudável continuam sendo as principais recomendações para controle do peso.
Existem algumas medicações que podem ajudar na redução do peso, sendo indicadas dependendo de avaliação médica adequada.
Em casos avançados de obesidade ou quando há complicações associadas, pode haver recomendação para cirurgia bariátrica (cirurgia para redução de peso). Existem várias técnicas disponíveis e a escolha baseia-se em fatores como grau de obesidade, doenças relacionadas e quadro clínico do paciente.
Níveis elevados de colesterol e triglicerídeos podem levar a aterosclerose (obstrução nos vasos sanguíneos), aumentando o risco para doenças circulatórias como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.
O aumento nos lipídios geralmente ocorre por uma combinação de fatores, como predisposição genética, alimentação inadequada e sedentarismo. Algumas doenças e medicamentos também podem contribuir.
Como não há sintomas, o diagnóstico é feito por exames de sangue periódicos.
Dieta balanceada, exercícios físicos regulares, controle do peso e estilo de vida saudável contribuem para a prevenção e controle da dislipidemia.
Em alguns casos há indicação para tratamento com medicamentos, dependendo do nível de alteração nos exames, da presença de outros fatores de risco cardiovascular associados e das condições clínicas do paciente.
Níveis muito elevados de triglicerídeos podem causar pancreatite aguda, sendo recomendado tratamento medicamentoso.
É necessário controle periódico com exames de sangue para avaliar a resposta ao tratamento e prevenir complicações.
Osteoporose
Osteoporose é uma doença caracterizada por redução na densidade dos ossos, deixando-os mais frágeis e aumentando substancialmente o risco de fraturas.
Osteopenia é o termo utilizado quando há uma perda menor de massa óssea, não atingindo ainda critérios para configurar osteoporose.
A incidência de osteoporose é maior em mulheres, principalmente após a menopausa, mas também pode ocorrer em homens.
Fatores de risco: idade avançada, história familiar, raça branca, sedentarismo, baixa ingestão de cálcio, pouca exposição ao sol, tabagismo, abuso de álcool, imobilização prolongada (pessoas acamadas), algumas doenças e certos medicamentos de uso crônico.
Como não apresenta sintomas, o diagnóstico é feito pelo exame de densitometria óssea. Alguns exames laboratoriais também podem ser solicitados para melhor avaliação do problema.
O tratamento envolve mudanças no estilo de vida (alimentação e exercícios), suplementos contendo cálcio e vitamina D e alguns medicamentos que ajudam a fixar o cálcio nos ossos, quando necessário.
Deficiência de vitamina D
A vitamina D é essencial para manter o equilíbrio mineral do organismo, principalmente do cálcio, mantendo a estrutura normal dos ossos.
Além disso, vários estudos evidenciam um papel importante da vitamina D em outros órgãos e sistemas, como músculos, neurônios, células do pâncreas e células responsáveis pela imunidade.
Como a produção de cerca de 95% desta vitamina depende da exposição da pele ao sol, a deficiência de vitamina D é frequente em regiões frias, em idosos e pessoas com baixa exposição solar por outros motivos. Obesos e diabéticos também costumam ter níveis mais baixos da vitamina.
Alguns alimentos podem contribuir para a manutenção de níveis adequados de vitamina D: peixes, óleo de fígado de peixe, ovos, manteiga, queijo, margarinas enriquecidas.
O diagnóstico da deficiência é feito pela dosagem de 25 (OH) vitamina D no sangue. Quando os níveis encontram-se um pouco abaixo do normal, recomenda-se aumento da exposição habitual ao sol (cerca de 20 minutos por dia, cuidando para evitar exageros que possam provocar danos à pele). Em situações de deficiência mais intensa pode haver necessidade de suplementos de vitamina D, sempre prescritos e monitorados por um médico, uma vez que excesso desta vitamina pode causar intoxicação com danos graves ao organismo.